O solo é um recurso natural não renovável, resultado de um trabalho paciente da natureza, onde partículas minerais e orgânicas vão sendo depositadas em camadas – denominadas horizontes, devido à ação da chuva, do vento, do calor, do frio e de organismos (fungos, bactérias, minhocas, formigas e cupins), que desgastam as rochas de forma lenta no relevo da terra. Para a formação de 1 cm de solo, são necessários cerca de 400 anos, o que nos leva a entender a importância da preservação do solo. Como citam Pes e Giacomini (2017), os diversos sistemas de produção agropecuária apresentam um recurso em comum: o solo. Ainda, estes autores ressaltam que até os sistemas denominados de “cultivo sem solo” (hidropônicos) necessitam do solo para instalação das estruturas básicas e indispensáveis para o funcionamento dos mesmos. Sendo assim, é possível afirmar que o solo é o alicerce de todos os sistemas de produção, é o habitat de diversos organismos, além de desempenhar inúmeras outras funções nos ecossistemas.
Entretanto, devido à forte urbanização da sociedade, crescimento da população e do padrão de consumo-mercado, o solo está sendo exigido acima da sua capacidade de recomposição. Segundo a Embrapa (2015), a atividade humana é a que gera maior impacto sobre os solos, numa escala e velocidade que está afetando as funções vitais do solo, apesar de sua grande capacidade em superar alterações negativas. A preocupação é que essas alterações estão avançando em proporções que podem causar problemas e prejuízos. Assim, manejos que adotem práticas conservacionistas de preservação do solo estão sempre em evidência.
O planejamento conservacionista tem a finalidade de maximizar a produtividade das terras agrícolas por meio de um sistema de exploração eficiente, racional e intensivo, que assegure também a continuidade da capacidade produtiva do solo (Zonta et al., 2012). Ainda de acordo com estes autores, com o planejamento conservacionista, tenta-se garantir o aproveitamento adequado da área agrícola, considerando-se as propriedades do solo, a declividade do terreno e as características das chuvas da região. Os fertilizantes utilizados têm muita influência na manutenção das propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, sendo considerados excelentes aliados à preservação do solo quando empregados corretamente.
Melhorias das propriedades físico-químicas do solo com fertilizantes ILSA Brasil
Algumas das principais propriedades físico-químicas de um solo são textura, grau de porosidade, capacidade de retenção hídrica, pH, capacidade de troca de cátions (CTC) e conteúdo de matéria orgânica (MOS). A capacidade do solo de reter e fornecer água para as plantas é um dos aspectos mais importantes para o crescimento e desenvolvimento dos cultivos agrícolas pois, além do suprimento de água às raízes, também reduz perdas de nutrientes por lixiviação. Adubos que apresentam facilidade de retenção de água como é o caso dos fertilizantes à base de AZOGEL® (tecnologia exclusiva da ILSA), permitem o rápido início do processo de mineralização, evitando desperdícios do produto.
O pH do solo é um dos principais fatores que regulam a estabilidade e o equilíbrio do solo. Além de influenciar a solubilidade dos nutrientes e as transformações químicas no solo, afeta diretamente a atividade dos microrganismos que são responsáveis pela decomposição da matéria orgânica, especialmente as bactérias nitrificantes. O pH também apresenta influência sobre a CTC do solo e, de maneira geral, quanto maior for a CTC, maior será sua fertilidade. Neste sentido, os fertilizantes ILSA também se destacam, por aumentarem a CTC na região de aplicação, diminuindo assim as perdas por lixiviação, tornando-os fortes aliados (cerca de 180 mmol de C por quilograma), à manutenção e preservação das características físico-químicas dos solos.
Nos agroecossistemas, os estoques de MOS podem ser influenciados por diversas práticas de manejo (Costa et al., 2013). De acordo com Lal (2004), utilização de práticas sustentáveis como o sistema de integração lavoura pecuária, plantio direto, a utilização de culturas de cobertura e pousio, sistemas agroflorestais, a longo prazo, pode aumentar e/ou manter a quantidade e a qualidade da MOS, tendo como consequência a melhoria das propriedades químicas, físicas e biológicas do solo, especialmente quando aliadas a fertilizantes de alta eficiência. A MOS influencia também outros aspectos como a estrutura, a atividade microbiológica, atividade enzimática e atividades fisiológicas das plantas, sendo responsável pela adsorção dos cátions macronutrientes, o que impede a lixiviação e, consequentemente, a contaminação do meio ambiente. Os fertilizantes ILSA, por apresentarem alta afinidade biológica, estimulam a biota do solo, contribuindo para a preservação da MOS.
Importância dos fertilizantes ILSA Brasil para os organismos do solo
Entre os constituintes do solo, a fração biológica, formada pelos múltiplos grupos de microrganismos que atuam sobre a matéria orgânica do solo, no desenvolvimento contínuo de processos de síntese e de análise de compostos orgânicos, faz com que o solo seja considerado como uma entidade biológica (Pedrosa et al., 2015). A biota trabalha de forma contínua no solo, atuando na sua transformação, degradação, conservação e até mesmo alterando suas propriedades físico-químicas. A fração viva do solo é essencial para seu funcionamento, sendo a esta atribuídos muitos processos que regem a manutenção e a funcionalidade dos solos (Cardoso e Andreote, 2016).
Todos os processos humanos que estão envolvidos na agricultura devem ser pensados de maneira a evitar ao máximo a perda de comunidades destes organismos tão importantes ao solo. Desta forma, a utilização de defensivos agrícolas e fertilizantes deve ser feita de forma racional, com a utilização de produtos indicados à cultura, bem como observando os possíveis efeitos que suas formulações possam apresentar à fauna e aos microrganismos.
A ILSA colabora com diversas instituições de ensino, pesquisa e desenvolvimento na investigação científica e estudo da atividade microbiana a partir da utilização do AZOGEL®, base de onde derivam os produtos orgânicos e organominerais sólidos de aplicação via solo. Esta matriz orgânica mostrou influência positiva sobre o crescimento e atividade microbiana do solo em diversos estudos científicos no Brasil e no mundo. Estudos realizados na Universidade de Pádua, na Itália, analisaram o número de bactérias formadoras de colônias (UFC), ou seja, o número de células viáveis por grama de peso seco de solo. Os resultados mostram que AZOGEL® aumenta o número de colônias presentes no solo. Nota-se também que há uma tendência decrescente com o passar do tempo, já que após cerca de dois meses todo o nitrogênio de origem proteica foi mineralizado e absorvido pelas plantas. Além disto, o experimento indicou importante incremento no desenvolvimento das populações microbianas, o que indica a resposta positiva dos microrganismos do solo ao fornecimento de nitrogênio e carbono orgânicos, obtidos através da aplicação de AZOGEL®, ressaltando a alta afinidade biológica que produtos à base desta matriz possuem.
Aqui vale ressaltar que os fertilizantes ILSA apresentam baixa relação carbono/nitrogênio (C/N). De acordo com Moreira e Siqueira (2006), a relação C/N de materiais incorporados ao solo tem influência marcante em todas as transformações de N, principalmente na nitrificação. Relações C/N elevadas causam a imobilização de N mineral, pelo menos temporária, cessando a nitrificação por falta de substrato (cátion amônio – NH4+) e podendo causar deficiência de nitrogênio às plantas, daí a importância de um fertilizante apresentar baixa relação C/N. Além disto, esses autores também citam que o N, por ser de ciclo aberto na natureza, é o que mais sofre perdas e, portanto, o que mais limita a produção agrícola. Por este motivo, fertilizantes que apresentam liberação gradual deste nutriente têm ganhado cada vez mais espaço no meio agrícola, e esta é também uma característica dos fertilizantes ILSA.
De qualquer forma, a escolha do fertilizante pode influenciar positiva ou negativamente a saúde, estrutura e as propriedades físico-químicas e biológicas de um solo, e aí está a importância de utilizar produtos que contribuam para as melhorias necessárias e que promovam altas produtividades. Neste sentido, como já enfatizado no texto, a ILSA Brasil produz fertilizantes de alta eficiência agronômica, promovendo o crescimento equilibrado das plantas; alta afinidade biológica, o que favorece o crescimento e desenvolvimento equilibrado da biota do solo; de baixo impacto ambiental e que prioriza a sustentabilidade em todo o seu processo produtivo, seguindo os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, propostos pela ONU.
Por fim, Malavolta et al. (2000) citam que a utilização de um fertilizante orgânico confere muitos benefícios ao solo, e não apenas o fornecimento de nutrientes. Ainda dizem que o uso de um fertilizante deve melhorar a estrutura e o arejamento do solo, além da capacidade de armazenar umidade; apresentar efeito regulador na temperatura do solo, retardar a fixação de fósforo e aumenta a capacidade de troca de cátions (CTC), ajudar a manter o potássio, cálcio, magnésio e outros nutrientes em formas disponíveis às raízes, protegendo-as da lixiviação pela água da chuva ou de práticas de irrigação. Além de tudo isso, alguns produtos de sua decomposição têm efeito estimulante para o desenvolvimento das raízes.
Referências bibliográficas
CARDOSO, E.J.B.N.; ANDREOTE, F.D. Microbiologia do Solo, ESALq, Piracicaba, ed. 2, 2016. 221 p.
COSTA, E.M.; SILVA, H.F.; RIBEIRO, P.R.A. Matéria orgânica do solo e o seu papel na manutenção e produtividade dos sistemas agrícolas. Enciclopédia Biosfera, Centro Científico Conhecer – Goiânia, v.9, n.17; p. 1842-1860, 2013.
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa Notícias: 2015 – Ano Internacional do Solo, ação coletiva e colaboração para cuidar do solo e da água.
LAL, R. Soil Carbon Sequestration Impacts on Global. Science, v.304, p.1623, 2004.
MALAVOLTA, E; PIMENTEL-GOMES, F.; ALCARDE J.C. Adubos & adubações. São Paulo, Nobel, 2000. 200p.
MOREIRA, F.M.S.; SIQUEIRA, J.O. Microbiologia e bioquímica do solo, Editora UFLA, Lavras, ed. 02, 2006. 729 p.
PEDROSA, M.V.B.; ALVES, L.P.; PASCHOA, R.P. da; AMARAL, A.A. do. Importância ecológica dos microrganismos do solo. Enciclopédia Biosfera, Centro Científico Conhecer – Goiânia, v.11 n.22; p.100-114, 2015.
PES, L.Z.; GIACOMINI, D.A. Conservação do solo. Rede e-Tec Brasil, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2017. 69 p.
ZONTA, J. H.; SOFIATTI, V.; COSTA, A. G. F.; SILVA, O. R. R. F.; BEZERRA, J. R. C.; SILVA, C. A. D. da; BELTRAO, N. E. de M.; ALVES, I.; CORDEIRO JUNIOR, A. F.; CARTAXO, W. V.; RAMOS, E. N.; OLIVEIRA, M. C. DE; CUNHA, D. DA S.; MOTA, M. O. S. DA; SOARES, A. N.; BARBOSA, H. F. Práticas de Conservação de Solo e Água. Circular Técnica, Embrapa, Campina Grande, n. 133, 2012. 24 p.
Autores
- Eng. Agr. Msc. Aline Tramontini dos Santos
- Eng. Agr. Msc. Carolina Custódio Pinto
- Eng. Agr. Msc. Thiago Stella de Freitas