Introdução
De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o Brasil é o maior produtor e exportador mundial de café e o segundo maior consumidor da bebida no mundo. A Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) desenvolveu um mapa da produção cafeeira brasileira, onde referencia que seis estados brasileiros são os maiores responsáveis pelo cultivo. São eles: Minas Gerais (MG), Espírito Santo (ES), São Paulo (SP), Bahia (BA), Paraná (PR) e Rondônia (RO).
Segundo o acompanhamento da safra brasileira de café, promovido pela CONAB, em setembro de 2020, o terceiro levantamento realizado para a cultura indica uma produção de 61,6 milhões de sacas beneficiadas, com crescimento de 25 % em relação aos anos anteriores. Além disto, a área total em formação e produção, deve atingir 2.161,9 mil hectares (277,3 mil em formação e 1.884,7 mil hectares em produção). Esta produção está dividida entre duas espécies de café, Coffea arabica, que corresponde a 80 % da produção e Coffea canephora (popularmente conhecida pela variedade Conillon).
Os macroelementos mais exigidos pelo cafeeiro são nitrogênio e potássio (MESQUITA et al., 2016). As plantas apresentam também alta necessidade de alguns micronutrientes como boro, zinco e cobre, que devem ser fornecidos através da adubação.
Tecnologias da ILSA Brasil
A ILSA Brasil dispõe de exclusivas tecnologias de associação de matéria orgânica à base de proteínas hidrolisadas e componentes minerais, o que a permite ter duas matrizes para a formulação de diversos produtos: o Gelamin e o Azogel. O Gelamin é obtido a partir da hidrólise enzimática de substâncias naturais de origem animal e é utilizado principalmente para a obtenção de fertilizantes líquidos, rico em aminoácidos e pequenos peptídeos para aplicação via foliar e/ou fertirrigação. Já o Azogel é uma matriz obtida através da hidrólise térmica de material de origem animal, e é empregado na obtenção de fertilizantes sólidos para aplicação via solo.
Como benefícios dessas matrizes, pode-se citar: maior tolerância a situações adversas (estresses), N assimilável por mais tempo e menores perdas; estímulo ao desenvolvimento microbiano e a vida do solo; possibilidade de redução do número de operações de adubação, proporcionando menor custo operacional e de mão-de-obra; maior produtividade e rentabilidade com baixo impacto ambiental.
Eficácia comprovada
Dois experimentos foram realizados por Teixeira (2020 A e B) na cultura do café com os fertilizantes da ILSA Brasil, sendo um em café de sequeiro e outro em cafeeiros sob sistema fertirrigado, ambos no município de São João da Boa Vista (SP).
Experimento A
No primeiro experimento, em área de sequeiro, foram delineados cinco tratamentos em blocos casualizados, com cinco repetições cada, sendo:
- T1 – testemunha A (04 aplicações somente com fertilizantes minerais, sendo a primeira com 100 kg.ha-1 de ureia e mais três com 400 kg.ha-1/aplicação do formulado 20-00-20);
- T2 – testemunha B (04 aplicações somente com fertilizantes minerais, sendo a primeira com 130 kg.ha-1 de ureia e mais três com 400 kg.ha-1/aplicação do formulado 20-00-20);
- T3 – N-Time (04 aplicações, sendo a primeira com 250 kg.ha-1 de N-Time (12,5% N) e mais três com 400 kg.ha-1/aplicação do formulado 20-00-20);
- T4 – N-Time (04 aplicações, sendo a primeira com 400 kg.ha-1 de N-Time (12,5% N) e mais três com 400 kg.ha-1/aplicação do formulado 20-00-20);
- T5 – Azoslow (04 aplicações, sendo a primeira com 200 kg.ha-1 de Azoslow (29% N) e mais três com 400 kg.ha-1/aplicação do formulado 20-00-20).
Os parâmetros avaliados foram: níveis de nutrientes em folhas coletadas em 03 épocas do ano: outubro, fevereiro e abril; contagem de pares de folhas em ramos plagiotrópicos (ramos laterais produtivos); contagem de pares de folhas em ramo ortotrópico (ramos ladrões – apicais – oriundos da superação de dormência do meristema apical, não produtivos) e produtividade.
Em relação ao crescimento vegetativo de ramos plagiotrópicos (laterais) e ortotrópicos (apicais) (tabela 1), o T4 (400 kg.ha-1 de N-Time – ILSA) apresentou resposta superior em relação ao crescimento de ramos plagiotrópicos, os produtivos. Analisando o crescimento lateral de ramos do cafeeiro é possível obter uma expectativa de produtividade para a safra seguinte, e este mesmo tratamento obteve o melhor desempenho, superando as testemunhas e os demais tratamentos. De acordo com Castro e Carvalho (2014), esse resultado pode ser explicado pelo fato de os aminoácidos serem precursores de hormônios vegetais de crescimento como a auxina, promovendo o crescimento tanto lateral e apical de ramos.
Para a variável produção de grãos (tabela 1), o melhor resultado foi obtido pelo T5 (200 kg.ha-1 de Azoslow – ILSA), seguido do T4 (250 kg.ha-1 de N-Time – ILSA). Este resultado corrobora com Costa et al. (2013), que analisou a produtividade do cafeeiro submetido à aplicação de fertilizantes minerais e aminoácidos via foliar, constatando um incremento na ordem de 11,5 sacas de café beneficiado por hectare em comparação às plantas testemunhas. Apesar de o teste estatístico não ter apontado diferença entre os tratamentos, o incremento alcançado na produtividade nos tratamentos com ILSA Brasil será convertido em ganho econômico ao produtor.
Tabela 1: Crescimento de pares de folhas em ramos laterais, crescimento de pares de folhas em ponteiros e volume em litros de grãos de 2 plantas por tratamento previamente demarcadas.
Tratamentos | Crescimento Lateral | Crescimento Apical | Produção de grãos | Produtividade de grãos beneficiados |
T1
| 7,218 a | 8,994 a | 13,900 a | 61,3 |
T2
| 6,684 a | 9,246 a | 14,780 a | 65,1 |
T3
| 6,630 a | 9,064 a | 14,960 a | 62,1 |
T4
| 7,396 a | 9,062 a | 15,740 a | 69,4 |
T5
| 7,020 a | 8,662 a | 16,180 a | 71,3 |
CV % | 8,382 | 8,310 | 14,590 | |
F | 1,591 ns | 1,176 ns | 0,806 ns | |
DMS Tukey a 5% | 1,136 | 1,453 | 4,281 |
Obs: ns – não significativo a 1% e 5% de probabilidade. Médias seguidas de mesmas letras são iguais por Tukey a 5%.
Em relação à produtividade de grãos beneficiados (tabela 1), dados que foram obtidos após a colheita e secagem, novamente os tratamentos 4 e 5 apresentaram superioridade em relação às testemunhas. Neste quesito, o T5 apresentou um incremento de 10 sc.ha-1 quando comparado à testemunha 1. Castro (2013) também verificou efeitos positivos no cafeeiro com a utilização de aminoácidos, observando influência no número médio de grãos que foi superior em plantas tratadas, promovendo o aumento da produção média de café em relação aos demais tratamentos não tratados com aminoácidos.
Tabela 2: Atributos físicos e sensoriais de qualidade de grãos de café.
Peneiras % | |||||||||
Tratamento | Padrão | 18 | 17 | 16 | 15 | 14 | Catação% | Umid. % | Pontuação |
T1+T2 | GXD | 20 | 24 | 22 | 8 | 2 | 10 | 11,6 | < 80 |
T3 | GXD | 16 | 32 | 20 | 4 | 0 | 12 | 11,8 | 83,50 |
T4 | MOG | 22 | 23 | 22 | 8 | 2 | 10 | 11,6 | 82,25 |
T5 | MOG | 24 | 32 | 18 | 6 | 2 | 9 | 11,6 | 84,00 |
A metodologia utilizada no mundo todo para a avaliação sensorial de café é a SCA (Specialty Coffee Association). É baseada em um sistema de pontos (que vai até 100), onde se avalia os seguintes atributos: fragrância/aroma, uniformidade, ausência de defeitos, doçura, sabor, acidez, corpo, finalização, harmonia e conceito final (conceito geral sobre o café, analisado subjetivamente pelo classificador). A partir dos pontos atribuídos, cria-se a pontuação final, onde cafés que obtiveram valores inferiores a 80 pontos são classificados como abaixo da qualidade ou abaixo de premium (considerados GXD, bebida dura); valores entre 80 e 84,99 são considerados cafés especiais ou premium (também GXD); e valores entre 85 e 89,99 são considerados excelentes ou Especial Origin (classificados como MOG – gourmet, bebida dura para melhor).
É importante destacar que, quanto maior a pontuação de um café, ou seja, quanto mais próximo de 100, melhor é a qualidade física e sensorial deste café, o que implica em valores mais elevados de comercialização. Além de maior produtividade, as plantas tratadas com ILSA Brasil obtiveram também maior qualidade de grãos, onde estes tratamentos foram classificados de acordo com atributos físicos e sensoriais em grãos pontuados (tabela 2), que serão comercializados como cafés de alta qualidade, aumentando o valor agregado sobre o produto, consequentemente gerando maior rentabilidade. As testemunhas não atingiram o mínimo de pontos necessário para se classificarem como cafés gourmet e, portanto, não seria possível sua comercialização com valores diferenciados.
Experimento B
Neste ensaio, foram utilizadas plantas sob o sistema de fertirrigação, com a variedade Catucai 2 SL, que foram submetidas a três tratamentos, sendo eles:
- T1 – 16 litros de ILSA Drip Forte e 17 litros de ácidos húmicos e fúlvicos, 785 kg de nitrato de amônio, 233 kg de nitrato de cálcio, 360 kg de cloreto de potássio pó branco, 150 kg de sulfato de magnésio, 15 kg de ácido bórico e 26 kg de MAP purificado.
- T2 – 32 litros de ILSA Drip Forte, 780 kg de nitrato de amônio, 233 kg de nitrato de cálcio, 362 kg de cloreto de potássio pó branco, 150 kg de sulfato de magnésio, 15 kg de ácido bórico e 24 kg de MAP purificado.
- T3 – Testemunha, 788 kg de nitrato de amônio, 233 kg de nitrato de cálcio, 361 kg de cloreto de potássio pó branco, 150 kg de sulfato de magnésio, 15 kg de ácido bórico e 34 kg de MAP purificado.
As variáveis analisadas foram: concentrações de nutrientes no solo, análise nutricional foliar, número de pares de folhas, condutividade elétrica e pH e produtividade estimada.
Em relação ao número de pares de folhas em ramos plagiotrópicos, aqueles efetivamente produtivos, os tratamentos T1 e T2 apresentaram, em média, respectivamente, 1,20 e 1,17 par de folhas em ramos produtivos a mais quando comparados à testemunha (tabela 3). Com isso, espera-se obter entre 2 e 4 sacas de café beneficiadas por hectare a mais na próxima safra com as plantas em que foram utilizados os fertilizantes da ILSA Brasil (tabela 4).
Tabela 3: Números médios de pares de folhas em ramos plagiotrópicos.
Tratamentos | |||
T1 – ILSA Brasil | T2 – ILSA Brasil | T3 – Testemunha | |
Número de pares de folhas | 6,90 | 6,87 | 5,70 |
Segundo dados da Embrapa, a produtividade média brasileira de sacas beneficiadas de café gira em torno de 29 sc.ha-1. Os tratamentos T1 e T2, ambos com uso de ILSA Drip Forte, apresentaram produtividade estimada de, respectivamente, 73,89 sc.ha-1 e 71,78 sc.ha-1 (tabela 4). Isto resulta em, aproximadamente, 43 sacas a mais que a média nacional por hectare, e aproximadamente 4 sacas a mais por hectare em comparação à testemunha.
Tabela 4: Volumes colhidos de 05 plantas de cada tratamento e equivalência em sacas beneficiadas de 60 kg.ha-1.
Plantas | T1 – ILSA (litros de grãos/planta) | T2 – ILSA (litros de grãos/planta) | T3 – Testemunha (litros de grãos/planta) |
1 | 9,3 | 8,8 | 8,5 |
2 | 9 | 8,9 | 8,4 |
3 | 8,9 | 8,9 | 8,2 |
4 | 9,1 | 8,6 | 7,9 |
5 | 9,2 | 9 | 8,6 |
Média (litros de grãos/planta) | 9,10 | 8,84 | 8,32 |
Produtividade (litros.ha-1) | 39.903 | 38.763 | 36.483 |
Produtividade (sc.ha-1) | 73,89 | 71,78 | 67,56 |
Observou-se com este ensaio que o produto ILSA Drip Forte obteve resultados superiores de produtividade quando comparado ao manejo com uso somente de sais. Apresentou resultado melhor ainda quando acompanhado de substâncias húmicas e sais, podendo então ser empregado em conjunto com outros componentes sem haver redução na sua eficiência. A utilização combinada desses manejos na cultura do cafeeiro tem promovido aumento da produção, qualidade do grão e maior desenvolvimento radicular e aéreo.
Como pontuam Honda Filho et al. (2019), os aminoácidos desempenham papel fundamental na maturação dos grãos, pois estão associados à nutrição, eficiência de absorção, ao transporte e a uma maior assimilação de nutrientes. Ainda segundo estes autores, a fase de maturação é exigente em transporte de produtos da fotossíntese e os aminoácidos podem ter uma ligação íntima e auxiliar diretamente nesse tipo de atividade dentro do processo fisiológico do cafeeiro, resultando em grãos de alta qualidade (especiais) e padronizados (tamanho e peso).
Conclusão
É possível afirmar que os produtos da ILSA Brasil fazem a diferença quando o assunto é maior produtividade e rentabilidade. De maneira geral, em todos os quesitos analisados, os tratamentos com nossos fertilizantes apresentaram valores superiores em comparação às testemunhas, comprovando sua eficácia.
Ainda, de acordo com Castro & Carvalho (2014), os aminoácidos também podem ser enquadrados no grupo de antiestressantes, pois aumentam a resistência ao ataque de pragas e doenças, bem como a tolerância ao estresse hídrico. Isto, aliado a todos os benefícios previamente citados, fazem dos fertilizantes da ILSA Brasil uma excelente escolha.
Fontes
CASTRO, P.R.C. Efeitos de aminoácidos na produtividade do cafeeiro ‘Icatú’. Piracicaba, 2013. 21 p.
CASTRO, P.R.C.; CARVALHO, M.E.A. Aminoácidos e suas aplicações na agricultura. Série Produtor Rural, Piracicaba, n.57, 2014, 58 p.
Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB. Acompanhamento da safra brasileira de café, terceiro levantamento (setembro de 2020), v. 6– Safra 2020, n. 3 -, Brasília, p. 1-54, 2020.
COSTA, R.A.; SILVA, P.C.; LANA, R.M.Q.; GIONGO, P.R. Produtividade e renda do cafeeiro submetido à aplicação de fertilizantes minerais e aminoácidos via foliar. Enciclopédia Biosfera, Centro Científico Conhecer – Goiânia, v.9, n.16; p.1814-1823, 2013.
HONDA FILHO, C.P.; VIANA, M.T.R.; ANDRADE, O.V.S.; ALVES, E.G. Aminoácidos e potássio – aplicação na fase de maturação do cafeeiro. Campos e Negócio [online], 2019.
MESQUITA, Carlos Magno de et al. Manual do café: implantação de cafezais Coffea arábica L. Belo Horizonte: EMATER-MG, 2016. 50 p.
Portal eletrônico da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC): https://www.abic.com.br/
Portal eletrônico da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB): https://www.conab.gov.br/
Portal eletrônico da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA): https://www.embrapa.br/
Portal eletrônico do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA): https://www.gov.br/agricultura/pt-br
TEIXEIRA, R. Avaliação de eficiência agronômica na utilização de fertilizantes nitrogenados orgânicos oriundos de colágeno da empresa ILSA no manejo nutricional do cafeeiro arábica. Relatório técnico-científico interno. 2020. 5p. (A)
TEIXEIRA, R. Avaliação de eficiência agronômica na utilização de Gelamin – ILSA no manejo nutricional do cafeeiro arábica em condição de irrigação localizada (gotejamento) e fertirrigação. Relatório técnico-científico interno. 2020. 13p. (B)
Autores:
- Eng. Agr. Msc. Aline Tramontini dos Santos
- Eng. Agr. Ana Elisa Velho
- Eng. Agr. Msc, Thiago Stella de Freitas