Os citros compreendem um grande grupo de plantas do gênero Citrus e outros gêneros afins, originários principalmente das regiões subtropicais e tropicais do sul e sudeste da Ásia, incluindo áreas da Austrália e África (Marin et al., 2008). A nível mundial, a citricultura é o segmento da fruticultura que mais se destaca. O Brasil, na safra de 2020/21, foi responsável por 32,8 % da produção mundial da fruta e por 62 % do volume global de suco de laranja, segundo levantamento da CONAB. A citricultura no Brasil é fortemente concentrada na produção de laranja, tanto em termos de área, quanto de volume de produção, como cita Vidal (2021). Além das laranjeiras, outros citros como tangerineiras, limeiras ácidas e limões verdadeiros também têm produção expressiva no país, de acordo com Lopes et al. (2021).
Os citros exigem solos bem manejados em suas características físicas (preparo adequado de áreas) e químicas (uso eficiente de corretivos e de fertilizantes químicos e orgânicos). Nessas condições, precocemente, os citros alcançam desenvolvimento que permite o início da produção duradoura de frutos de boa qualidade (Bueno; Gasparotto, 1999). Ainda de acordo com estes autores, na ausência de um nutriente, sejam macronutrientes ou micronutrientes, os citros apresentam sintomas visuais de deficiência que se refletem, principalmente, nas folhas, flores e frutos. Dentre os macronutrientes, os mais requeridos pelos citros são o nitrogênio (N), o cálcio (Ca) e o potássio (K), sendo este último o mais extraído pelas plantas, especialmente em épocas de frutificação.
Como o potássio atua nas plantas?
O potássio é um dos minerais mais importantes para o desenvolvimento e qualidade dos frutos dos citros. Para Pereira (2009), o K do solo é, usualmente, distinguido nas seguintes formas: K na solução do solo; K trocável, fracamente retido na CTC do solo; K não trocável, retido na estrutura de minerais, mais o retido nas entrecamadas de argilominerais expansivos; K, extraído com ácido fluorídrico. Existe certo equilíbrio entre essas formas de potássio no solo. As plantas absorvem K da solução, o qual é tamponado pelas formas trocáveis, que são repostas pelas formas não trocáveis e estruturais. As formas não trocáveis e estruturais de K são usualmente consideradas reservas de médio e longo prazo para as plantas.
O K é um elemento que possui alta mobilidade nas plantas, seja via floema ou via xilema, e atua em diversos processos fisiológicos nas células vegetais. Está diretamente associado ao controle hídrico das plantas, uma vez que atua na abertura e fechamento dos estômatos. Portanto, uma planta com suprimento adequado de K torna-se menos suscetível ao estresse hídrico. Também possui relação direta com a taxa fotossintética, pois a sua presença determina a síntese da enzima RuBisCO, que catalisa as reações necessárias para a assimilação de CO2 para a conversão em glicose. Este elemento também está envolvido no crescimento de meristemas, já que os fitormônios envolvidos no crescimento destes tecidos são ativados pela presença de K. Bioquimicamente falando, o K é responsável por uma série de sistemas de ativações enzimáticas, o que promove a resistência das plantas a estresses bióticos e abióticos. Além disto, o potássio influencia diretamente na acidez, tamanho, cor da casca e espessura da casca do fruto (Guaggio et al., 2002; Mattos Junior et al., 2004, citados por Marin et al., 2008), não só dos citros, mas de todas as frutíferas.
Sintomas de deficiência de potássio nos Citros
Por se tratar de um mineral extremamente móvel na planta, os primeiros sintomas de deficiência de K são observados em folhas de ramos mais velhos, que apresentam coloração amarelada. Como o K está diretamente associado à ativação enzimática de hormônios vegetais, que controlam a divisão celular nos meristemas, ocorre redução no tamanho de folhas, presença de lâmina foliar ondulada e extremidades curvadas. Se a deficiência ocorrer durante o período de frutificação, esses sintomas ficam ainda mais evidentes, já que o K é rapidamente translocado para os órgãos de maior demanda deste nutriente, neste caso os frutos. Caso não haja o devido fornecimento durante o período de deficiência, os sintomas foliares irão se espalhar por todas as folhas da planta.
Os sintomas de deficiência de potássio se expressam ainda mais fortemente nos frutos, já que o K é o mineral mais extraído pela planta de citros durante o período de frutificação, podendo afetar diretamente o pegamento dos frutos nas fases iniciais de desenvolvimento. O primeiro sintoma visual é a redução no tamanho dos frutos, pois o K atua na translocação de grande parte de açúcares e ácidos orgânicos para os frutos. Além disto, de acordo com o estudo de Wardowski (1993), pode ocorrer também o enrugamento do fruto, que consiste no surgimento de estrias ou sulcos irregulares na porção branca da casca.
O baixo fornecimento de K aos citros também gera a suscetibilidade ao ataque de pragas e fitopatógenos, como é o caso da clorose variegada dos citros (CVC), ocasionada pela bactéria Xylella fastidiosa. Alguns estudos evidenciam que plantas afetadas pela CVC se caracterizam por desordens nutricionais, apresentando baixas concentrações de potássio no tecido foliar, independentemente da disponibilidade deste no solo, mencionado por Dechen et al. (2004). Em função desta doença há redução considerável de produtividade, pois os frutos apresentam tamanho reduzido, consistência dura, senescem precocemente e persistem no pé.
Além disto, Veloso (2021) afirma que o potássio tem demonstrado importância nos parâmetros de qualidade e valor nutricional dos citros. Segundo o International Potash Institute (IPI), o potássio é responsável por características do suco como teores de ácidos cítricos e ascórbicos, relação açúcar/acidez e teores de sólidos solúveis. Ainda de acordo com este autor, a interferência na qualidade dos frutos se estende ao período de transporte, armazenagem e tempo de prateleira no supermercado. A incidência de doenças, como a podridão do ápice e mofo verde, aumenta em condições de menor disponibilidade de potássio e aumenta também a perda de frutos na pós-colheita.
ETIXAMIN KALLY® – Tecnologia exclusiva ILSA Brasil
Para o adequado manejo do potássio na cultura dos citros, a ILSA Brasil dispõe do fertilizante organomineral ETIXAMIN KALLY®, pertencente à linha dos fertilizantes ILSA Top e formulado em pó solúvel para aplicação via foliar ou em fertirrigação, que contém nitrogênio, potássio e enxofre, produzido à base de GELAMIN®. Esta matriz orgânica é fabricada a partir do colágeno, caracterizando-se pela alta concentração de nitrogênio, aminoácidos e carbono orgânico, obtida através de um processo industrial inovador e sustentável denominado Fully Controlled Enzymatic Hydrolysis (FCHE®).
O ETIXAMIN KALLY® possui um grande diferencial em relação aos fertilizantes similares: fornecimento de K e de aminoácidos, simultaneamente. No período de crescimento e desenvolvimento dos frutos e para atingir a coloração ideal, como já citado, o potássio tem papel fundamental, pois está associado ao processo de translocação de açúcares e ácidos orgânicos, conferindo o amadurecimento e a acidez adequada dos frutos. Além do K, os aminoácidos também desempenham papel fundamental na ativação de enzimas e fitormônios, o que potencializa tanto o processo fotossintético quanto o metabolismo de transporte de açúcares na planta.
A adubação com ETIXAMIN KALLY® acelera e promove o enraizamento de mudas, incrementa a qualidade dos frutos e ainda favorece a resistência contra estresses bióticos e abióticos, uma vez que o potássio, como já citado, está diretamente relacionado à ativação enzimática, promovendo a proteção da cultura, além de aumentar a espessura da cutícula das folhas e da parede celular das células, o que dificulta a entrada de fitopatógenos e o progresso de infecções.
Além disto, este fertilizante estimula a fotossíntese e tantos outros processos metabólicos, promovendo o crescimento equilibrado das plantas, gerando incremento de produtividade. Ademais, por ser uma tecnologia sustentável em todos os seus processos produtivos, o ETIXAMIN KALLY®, assim como todos os fertilizantes da ILSA Brasil, possui baixo impacto ambiental.
Figura 1. Fases fenológicas das culturas de citros e recomendação de fertilização ILSA Brasil.
Plano ILSA Brasil de adubação para citros
Além do ETIXAMIN Kally®, a ILSA Brasil ainda dispõe de outros fertilizantes organominerais fabricados a partir das matrizes GELAMIN® (base para aplicação foliar e fertirrigação) e AZOGEL® (base para sólidos de aplicação via solo), que podem ser aplicados ao longo de todo o ciclo produtivo dos citros, melhorando a qualidade do estande de plantas. Para a aplicação foliar, a ILSA Brasil recomenda também o fertilizante ILSAMIN Boro®, indicado para todo o período reprodutivo da planta – entre os estágios R1-R6, pois estimula o processo de floração, evitando abortamentos florais e promove a resistência a estresses abióticos. Já para citros sob sistema de fertirrigação, ILSADRIP Forte®, que também pode ser aplicado via foliar, recomendado para o fornecimento de aminoácidos em todos os estágios de desenvolvimento da planta (V1-R6), especialmente para períodos de estresse – bióticos e/ou abióticos, uma vez que potencializa os processos metabólicos da planta e incrementa a produtividade.
A partir da matriz AZOGEL® são obtidos os fertilizantes Gradual MIX® e N-TIME+®, que podem ser aplicados nos estágios iniciais de desenvolvimento, fornecendo nitrogênio (N), Fósforo (P), Potássio (K) e carbono (C) orgânicos além de aminoácidos, de forma gradual, garantindo a alta eficiência de absorção e, por isso, evitando perdas por volatilização. Recomenda-se também o AZOSLOW® para todos os estágios vegetativos e reprodutivos da planta, além do período pós-colheita, fornecendo N orgânico e mineral, o que permite o crescimento equilibrado da planta, preparando-a para o próximo ciclo produtivo.
É importante mencionar que as doses para as culturas cítricas não estão descritas no texto pois devem ser baseadas em análise do solo e por recomendação de um engenheiro agrônomo.
Referências bibliográficas
BUENO, N.; GASPAROTTO, L. Sintomas de deficiências nutricionais em citros. Circular Técnica, Embrapa Amazônia Ocidental, Itacoatiara, n. 6, 1999. 19 p.
CONAB: Companhia Nacional de Abastecimento – Disponível em: https://www.conab.gov.br/
DECHEN, A.R.; CASTRO, P.R.C.; NACHTIGALL, G.R. Pragas e doenças em citros: fisiologia e nutrição mineral. Visão Agrícola, Piracicaba, n. 2, p. 100-107, 2004.
GUAGGIO, J.A. et al. Lemon yield and fruit quality affected by NPK fertilization. Scientia horticulturae, V.96, p.151-162, 2002.
IPI: International Potash Institute – Disponível em: https://www.ipipotash.org/
LOPES, J.M.S; DÉO, T.F.G; ANDRADE, B.J.M; GIROTO, M.; FELIPE, A.L.S.; JUNIOR, C.E.I.; BUENO, C.E.M.S.; SILVA, T.F.; LIMA, F.C.C. Importância econômica do Citros no Brasil. Revista Científica Eletrônica de Agronomia, Londrina, Ano X, n. 20, 2011. 3 p.
MARIN, M.A.; NETTO, A.S.; BATISTA JR.; I.S. Aplicação de nitrato e cloreto de potássio via foliar em citros, para a melhoria da produtividade e da qualidade dos frutos. Anuário da Produção de Iniciação Científica Discente, Anhanguera Educacional S.A., v. XI, n. 12, p. 215-226, 2008.
MATTOS JUNIOR, D. et al. Modelos de resposta do tangor Murcott à fertilização com N, P e K. Revista Brasileira de Fruticultura, v.26, p.164-167, 2004.
PEREIRA, H.S. Fósforo e potássio exigem manejos diferenciados. Visão Agrícola, Piracicaba, n. 9, p. 43-46, 2009.
VELOSO, C. Cinco consequências da deficiência de potássio em citros e como eliminá-las. Publicado em: Blog Verde, setembro de 2021.
WARDOWSKI, W.F. Physiological disorders of fruit. In: WHITESIDE, J.O.; GARNSEY, S.M.; TIMMER, L.W., ed. Compendium of Citrus Diseases. St. Paul: APS Press, p.63-65, 1993.
Autores
- Eng. Agr. Msc. Aline Tramontini dos Santos
- Eng. Agr. Msc. Carolina Custódio Pinto
- Eng. Agr. Msc. Thiago Stella de Freitas