Solos saudáveis são vivos, dinâmicos e abrigam bilhões de microrganismos que sustentam o funcionamento do ecossistema do solo (USDA-NRCS, 2025). Assim, devem conter compostos orgânicos ricos em carbono capazes de sustentar esses microrganismos que promovem a mineralização da matéria orgânica (MOS), aumentam a disponibilidade de nutrientes e favorecem o crescimento das plantas (Pettit, 2004).
A perda de MOS é um dos principais sintomas da degradação do solo, comprometendo não só a fertilidade, mas também a estrutura física e a capacidade de reter água e filtrar poluentes (Oldfield et al., 2019). A reconstrução da MOS é, portanto, uma das estratégias mais promissoras para recuperar áreas agrícolas degradadas e viabilizar a intensificação sustentável da produção agrícola (Abdel Rahman, 2023).
A fertilidade do solo tem forte relação com os teores de MOS. No Sul do Brasil, por exemplo, a soja atinge máxima produtividade em solos com aproximadamente 3,3% de MOS (Winck et al., 2022). Já para o milho, valores próximos a 3,5% de MOS estão associados a maiores produtividades (Oldfield et al., 2019). Embora solos produtivos devam conter entre 2% e 8% de matéria orgânica, muitos solos agrícolas hoje apresentam níveis abaixo do ideal (Pettit, 2004).
Nesse cenário, os aminoácidos têm se destacado como estratégia para a manutenção da saúde do solo. Aminoácidos são compostos orgânicos ricos em carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio, que auxiliam na sustentação dos microrganismos benéficos do solo, bem como na formação de complexos orgânicos estáveis, contribuindo para o aumento da MOS. Assim, quando aplicados em quantidades adequadas e em formas biologicamente ativas, os aminoácidos favorecem a atividade microbiana, o que, por sua vez, auxilia na estruturação do solo, na retenção de água e na ciclagem eficiente de nutrientes.
A ILSA oferece soluções nesse sentido. Desenvolvidos a partir de duas matrizes orgânicas, o AZOGEL (fertilizante sólido) e o GELAMIN (fertilizante líquido), os produtos da ILSA são ricos em aminoácidos obtidos por hidrólise térmica e enzimática, respectivamente, garantindo alta biodisponibilidade.
Parte dos hidrolisados proteicos aplicados ao solo precisa ser previamente metabolizada por microrganismos, para então se tornar disponível às plantas (Cortes et al., 2013). Estudos indicam que esses compostos estimulam o metabolismo do carbono e do nitrogênio, promovendo o aumento da assimilação de nitrogênio pelas plantas (Calvo et al., 2014). Assim, esses compostos, usados em conjuntos com práticas regenerativas como o plantio direto, a rotação de culturas e o uso de plantas de cobertura, auxiliam na manutenção e incremento da matéria orgânica do solo, favorecendo a estrutura do solo, a retenção de água e a disponibilidade de nutrientes de forma direta e, principalmente, indireta pela melhoria da saúde do solo.
Promover a saúde do solo é promover o futuro da agricultura. A integração de tecnologias baseadas em compostos orgânicos, como os aminoácidos, com manejos conservacionistas, é um passo importante para alcançar sistemas agrícolas mais produtivos, eficientes e sustentáveis.
Referências bibliográficas
Abdel Rahman, M.A.E. An overview of land degradation, desertification and sustainable land management using GIS and remote sensing applications. Rendiconti Lincei., 2023.
Calvo, P. et al. Agricultural uses of plant biostimulants. Plant and Soil, v. 383, p.3-41, 2014.
Cortes et al. Assessment of safety and efficiency of nitrogen organic fertilizers from animal-based protein hydrolysates – a laboratory multidisciplinary approach. J Sci Food Agric 2014.
Oldfield, E. E. et al. Meta-análise global da relação entre matéria orgânica do solo e rendimento das culturas, SOIL, 5, 15–32, 2019.
Pettit, R. E. Organic matter, humus, humate, humic acid, fulvic acid and humin: their importance in soil fertility and plant health. CTI Research, 2004.
USDA-NRCS. Natural Resources Conservation Service. 2025. Natural Resources Conservation Service. https://www.nrcs.usda.gov/conservation-basics/natural-resource-concerns/soils/soil-health.
Winck, J.E.M. et al. Decomposition of yield gap of soybean in environment × genetics × management in Southern Brazil. European Journal of Agronomy, 2023.
Autores
Eng. Agr. Msc. Isabela Bulegon Pilecco
Eng. Agr. Msc. Thiago Stella de Freitas
Eng. Agr. Tuíra Barcellos