A agricultura compreende a atividade econômica responsável pela produção de alimentos que ao longo da história ocupou as terras férteis de vales de rios e posteriormente, desenvolveu técnicas e procedimentos que tornaram os solos mais produtivos, buscando sempre uma maior produtividade. Com o advento da indústria e o fortalecimento das cidades, a agricultura tornou-se um setor dependente das inovações técnicas industriais e estabeleceu-se uma interdependência entre os setores. É a agricultura que gera o alimento consumido por toda a população, seja essa população rural ou urbana. (LIMA; DE ASSIS SILVA; DE FREITAS IWATA, 2019).
Historicamente, os setores que englobam a economia dos países são classificados como setor primário, setor secundário e setor terciário. A agricultura encontra-se inserida no setor primário, que compreende as atividades agrícolas, pecuárias e extrativas (LIMA; DE ASSIS SILVA; DE FREITAS IWATA, 2019).
De forma generalizada costuma-se definir a agricultura como o conjunto de técnicas utilizadas para cultivar plantas com o objetivo de obter alimentos, fibras, energia, matéria-prima para roupas, construções, medicamentos, ferramentas etc. Sua origem remota ao período neolítico há mais de 10 mil anos, em algumas regiões pouco numerosas e relativamente pouco extensas do planeta. Embora datem seu início, há tempos bem remotos, convém lembrar que o homem surgiu há mais de 100 mil anos. Foi nesse período histórico que ocorreu a evolução da pedra lascada para a pedra polida, bem como, o surgimento da cerâmica (MAZOYER ; ROUDART, 2010).
Ressalta-se que inicialmente, os instrumentos de trabalho utilizados na prática agrícola, não haviam sidos criados especificamente para esse fim, tais quais: foices, moinhos e peças de cerâmicas para armazenamento. Continuamente com o desenvolvimento de novos instrumentos de trabalho, a agricultura se destaca na geração de alimentos e manutenção das sociedades, juntamente com o uso de animais de tração incorporados ao processo produtivo (LIMA; DE ASSIS SILVA; DE FREITAS IWATA, 2019).
Com o desenvolvimento da agricultura mediante o avanço das técnicas, passou a ocorrer uma maior fixação das populações a determinados locais, que culminou com o aumento populacional acelerado, ocasionando uma maior demanda por terras objetivando a produção de cereais para alimentar a humanidade. Mudanças nos hábitos alimentares acabaram por gerar uma crise no sistema agrícola que mostrava sua capacidade deficitária para a produção de alimentos. As respostas aos problemas surgem em formas de guerras entre as comunidades ou famílias e as migrações populacionais (OLIVEIRA JÚNIOR, 1989).
O aumento da produção agrícola ao longo dos tempos, que ocorreu em função das mudanças das formas de produzir e do advento de novos equipamentos e métodos de produção, foram as bases das revoluções na agricultura na era contemporânea, que contribuíram modificando a estrutura de produção até então conhecida com o acréscimo de novos equipamentos e mudanças no mundo do trabalho no que tange à divisão social do trabalho (MAZOYER; ROUDART, 2010).
MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA
A agricultura tradicional, conhecida como Agricultura 1.0, tem como característica a baixa produção e o uso modesto de tecnologias, é vista como um trabalho de subsistência, com equipamentos artesanais e com o uso da tração anima, sendo ainda praticada em muitas propriedades no Brasil, mas perdeu-se muito espaço no início do século XX (SANTOS, 2019; SANTOS et al., 2019).
Na década de 1950, as máquinas que funcionam com motores a combustão começam a substituir os animais, dando início a fase que chamamos de Agricultura 2.0, iniciando com a produção em escala e a comercialização de insumos e da produção ultrapassando os limites territoriais dos países (SANTOS, 2019; SANTOS et al.2019).
Entre os anos de 1990 e 2010, a chamada a Agricultura 3.0 ganha espaço, em diferentes áreas de produção começaram a ser observadas e estudos complementares passaram a ser feitos para dar mais precisão aos tratos culturais despendidos, era o início da Agricultura de Precisão, e tecnologias como o georreferenciamento via satélite passam a indicar com grande precisão a real necessidade tanto de adubação como irrigação de cada área (MIRANDA et al, 2017).
Após 2010, há o surgimento da Agricultura 4.0, que incorpora todas as tecnologias anteriormente utilizadas com o incremento da automação e da conectividade, com uso de máquinas e veículos autônomos, drones e animais com sensores estão conectados diretamente a uma central que processa toda a informação, permitindo que as decisões sejam tomadas de forma mais eficiente, conhecido como Agricultura Inteligente ou “Smart Agriculture” (MASSRUHÁ; LEITE, 2016).
REVOLUÇÃO VERDE
O termo Revolução Verde (Green Revolution) foi cunhado em 1968 por William S. Gaud, diretor da United States Agency for Internacional Development (USAID), para descrever o aumento na produção de alimentos a partir da transferência de tecnologia para outras partes do mundo pobre (CUNHA et al., 2010; ANDERSOM et al., 2020).
A Revolução Verde, promoveu o uso de agrotóxicos, fertilizantes e máquinas na agricultura que aconteceu em várias partes do mundo no período pós Segunda Guerra, esse processo de modernização da agricultura dependia de um conjunto de variáveis técnicas, sociais, políticas e principalmente econômicas (SERRA et al., 2016; ANDERSOM et al., 2020).
REVOLUÇÃO VERDE NO BRASIL
Com base no pressuposto que o setor industrial passou a abastecer a agricultura com os insumos necessários a produção, a contrapartida deveria ser estabelecida, ou seja, para a manutenção do setor industrial a agricultura deveria oferecer “mão-de-obra” e matérias-primas para o setor agroindustrial, tanto no mercado interno como externo (ANDERSOM et al., 2020). Estabelecida esta relação, a partir da década de 1950 começaram a se instalar no Brasil as empresas com sede no Primeiro Mundo dando início a formação do CAI – Complexo Agroindustrial brasileiro (TOLENTINO, 2016; ANDERSOM et al., 2020).
Mas, a efetivação de um setor produtor de bens de produção voltado realmente para a agricultura ocorreu apenas no final da década de 1960 no Brasil, neste momento foi possível implementar o desenvolvimento da agricultura em escala nacional, ficando esse processo conhecido como “modernização da agricultura” (MARAFON, 1998; ANDERSOM et al., 2020).
O governo federal para dar prosseguimento ao processo de modernização da agricultura brasileira abriu linhas de crédito, para tanto foi criado o Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR) que, destinava a atender principalmente a demanda dos grandes proprietários de terras, permitindo aos agricultores o acesso aos insumos produtivos e também o fortalecimento do Complexo Agroindustrial brasileiro (SORDI, 1980; SOUZA et al., 2020).
A modernização da agricultura brasileira foi focada no grande produtor, antigas relações de trabalho entre o grande proprietário e o camponês se deterioram, a mecanização ocupou o lugar de muitos e eles se viam forçados a se deslocar para os grandes centros que em busca de emprego nas indústrias, o Brasil passou de um país com a maioria da população no campo para um país majoritariamente urbano (TOLENTINO, 2016; ANDERSOM et al., 2020).
No Brasil, o plantio direto tem sido amplamente adotado desde a década de 1970, especialmente em culturas como soja, milho e trigo. Essa prática foi fundamental para transformar regiões como o Cerrado em grandes polos agrícolas, promovendo maior produtividade e sustentabilidade. Atualmente, o país é líder mundial na aplicação dessa técnica, com milhões de hectares gerenciados sob o sistema.
A prática de Plantio Direto contribuiu para consolidar o país como um dos maiores produtores de grãos do mundo, aumentando a eficiência em regiões como o Cerrado e incentivando a adoção de práticas agrícolas mais sustentáveis.
O plantio direto é, portanto, um dos pilares do desenvolvimento agrícola moderno, combinando ganhos econômicos.
Na década de 1990 o Brasil experimentou um forte e progressivo aumento de produtividade no campo, que o transformou em um dos maiores produtores e exportadores de alimentos do mundo, contudo outros desafios foram deixados, tais como, uma agricultura mais sustentável (ao meu ver foi justamente aí que iniciamos uma revolução no quesito de sustentabilidade, pois foi justamente na década de 90 que o plantio direto na palha começou a ser difundido no Brasil) e mais ambientalmente correta e uma maior valorização do pequeno produtor que, expulso do campo foi relegado as periferias de grandes capitais (VIEIRA FILHO, 2018; ANDERSOM et al., 2020).
BRASIL: VALORIZAÇÃO DA AGRICULTURA
Entre os anos e 1950 e 1970 a agricultura brasileira era rudimentar e prevalecia o trabalho braçal, o uso de maquinários nas propriedades quase não existia (SANTOS, 2019; ANDERSOM et al., 2020).
De acordo com Schuh e Alves (1971), muito pouco se conhecia da dinâmica dos solos o que limitava a capacidade de gerar novas variedades mais produtivas, enquanto na pecuária o desconhecimento era igual, não se tinha noção de quais combinações de atividades eram mais lucrativas e pouca pesquisa era feita, o resultado era o baixo rendimento por hectare e pouca produção na pecuária, cada vez mais se exigia áreas maiores para a produção, gerando impactos ambientais como erosão e assoreamento.
Este período foi marcado por uma forte industrialização, o poder aquisitivo da população aumentava com o número de habitantes, mas o campo não respondia a altura, era necessária uma expansão produtiva no campo para assim, garantir que o processo de industrialização se mantivesse (CAMPOS et al., 2019).
Era necessário a implantação de políticas públicas para aumentar a produção e a produtividade como incrementar a pesquisa e desenvolvimento, promover a extensão rural e oferecer crédito a baixos custos (EMBRAPA, 2018). Para atender uma demanda externa, inovações nos processos de produção foram feitos por meio de políticas de Estado no incremento de créditos agrícolas e no incentivo a pesquisa com a criação de órgãos como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA (LOBÃO, 2018).
O Brasil é privilegiado pela abundância de recursos naturais que favorecem as práticas agrícolas, mas o que fez a diferença nos últimos 50 anos foi o investimento em pesquisas (EMBRAPA, 2018).
Culturas antes tidas como de clima temperado, como a soja, hoje é cultivada em todas as regiões brasileiras. Estamos produzindo uvas na região do semiárido, algo antes nunca pensado. E, assim, vários são os exemplos do que ocorreu com a produção agrícola no Brasil, especialmente, a partir dos anos de 1970. Com a expansão da agricultura, surgiram várias cidades, como exemplo São Gabriel do Oeste e Chapadão do Sul, em Mato Grosso do Sul; Sorriso, Primavera do Leste e Querência em Mato Grosso; Luiz Eduardo Magalhães, na Bahia. Várias outras cidades se transformaram em polo de desenvolvimento graças a expansão da agricultura, como Dourados, MS, Londrina e Maringá no Paraná; Rondonópolis em Mato Grosso; Balsas no Maranhão; Rio Verde em Goiás; Uberlândia em Minas Gerais, dentre várias outras (EMBRAPA, 2023).
Em 1972, o então Ministro da Agricultura, Luís Fernando Cirne Lima, por meio da Portaria nº143, instituiu um grupo de trabalho para analisar o Sistema de Pesquisa Agropecuário Brasileiro, com vistas a tornar mais efetivo o processo de modernização do campo, por meio deste grupo foi criada a EMBRAPA, sendo a intuição que contemplava o maior volume de recursos e maior número de pesquisadores (MENGEL; AQUINO, 2015).
O objetivo inicial da criação da Embrapa era pensar um sistema de produção em que estivessem integrados agricultores, fabricantes de máquinas, insumos e beneficiadores de produtos agrícolas (MENGEL; AQUINO, 2015).
Os esforços para a elevação da produção e da produtividade passariam necessariamente pelo incremento de pesquisas que poderiam tornar o sistema produtivo mais integrado e desenvolvido (ROMMINGER, 2017).
Avanços na melhoria genética na agropecuária e no trato do solo como o uso de fertilizantes, aliados a políticas públicas e a competência dos produtores contribuíram para um expressivo aumento da produção e produtividade nos últimos 50 anos (EMBRAPA, 2018).
Os investimentos em pesquisas foram fundamentais para transformar o Brasil em um grande exportador de alimentos (LOBÃO, 2018). A Embrapa teve papel fundamental na modernização da agropecuária Brasileira, como fonte de fornecimento de conhecimento e novas tecnologias, além de ser responsável pela expansão da fronteira agrícola para o Cerrado (ROMMINGER, 2017).
AGRICULTURA REGENERATIVA
A agricultura regenerativa traz, em sua visão holística sustentável, diversas vantagens aos sistemas de cultivo agrícola e ao meio ambiente, tais como: melhor utilização dos solos, de acordo com sua aptidão; recuperação de áreas degradadas; utilização de insumos biológicos; valorização e otimização dos recursos naturais e microrganismos do solo; e auxílio na reversão das mudanças climáticas (DIAS, 2023).
O termo “agricultura regenerativa” foi criado na década de 80 por Robert Rodale (fundador do Instituto Rodale), com o objetivo de melhorar a qualidade dos solos utilizando técnicas orgânicas (MACHADO e RHODEN, 2022). Segundo Rodale (2014), a agricultura regenerativa melhora os recursos ao invés de destruí-los ou esgotá-los, incentivando a inovação contínua na lavoura, com foco no bem-estar ambiental, social e econômico. A agricultura regenerativa é descrita por Rhodes (2017) como um processo que melhora a saúde do solo e restaura um ambiente altamente degradado, contribuindo para sua produtividade. Dessa forma, evita-se o esgotamento de recursos naturais (solo e água), criando um ambiente sustentável para o cultivo de alimentos.
De acordo com LaCanne e Lundgren (2018), há cinco práticas que estão consideravelmente associadas à agricultura regenerativa: (1) Minimização do preparo do solo;(2) Eliminação do solo nu; (3) Promoção da diversidade de culturas; (4) Incentivo à infiltração de água no solo; e (5) Integração entre as operações de pecuária e cultivo. Essas práticas conservacionistas têm potencial de acumular carbono orgânico no solo, aumentando a capacidade de retenção de água e nutrientes e, portanto, contribuem potencialmente para o sequestro de carbono atmosférico por meios naturais. Mais informações sobre o tema Agricultura regenerativa temos disponível um texto completo no blog.
AGRICULTURA 4.0
A agricultura 4.0 desperta crescente interesse político, econômico e ambiental. Técnicas como edição genômica de safras, monitoramento por satélite de variáveis meteorológicas, softwares de gestão agrícola, sensores de controle de pesticidas e irrigação, mapeamento digitalizado de índices de fertilidade, umidade, temperatura e condições físico-geo-químicas do solo caracterizam a agricultura 4.0 (CLAPP; RUDER, 2020; THIELE, 2020). Essas práticas têm se difundido há algum tempo nos países desenvolvidos, particularmente em potências agrícolas como Estados Unidos, dado o incremento na produtividade que proporcionam. Podemos verificar, ainda, movimento recente de incorporação dessa prática em potências agrícolas de renda média, como o Brasil (VIOLA e MENDES, 2022).
Estudos recentes têm se debruçado sobre os aspectos ambientais da agroindústria 4.0, particularmente no que diz respeito às mudanças climáticas, uso de agroquímicos e eficiência no emprego de recursos naturais (VIOLA e MENDES, 2022). Nicholson e Reynolds (2020) exploraram como a geo-engenharia pode ajudar a reverter as mudanças climáticas antropogênicas, se utilizada na produção de energia de baixo custo e zero carbono, armazenamento de eletricidade e remoção de CO2 da atmosfera. Outros analisaram experimentos e redes informais de difusão tecnológica, e como afetam a governança da sustentabilidade (BERNARDS et al., 2020). Alguns vêm estudando a biologia sintética aplicada à evolução assistida, de-extinção e tecnologias de restauração da diversidade biológica (THIELE, 2020), enquanto outros buscam compreender a inter-relação entre organismos geneticamente modificados e organismos condutores de genes, e como podem contribuir com a conservação da natureza (REYNOLDS, 2020).
Com a agricultura 4.0, a intensidade, robustez e complexidade tecnológicas dos sistemas agroindustriais avançam consideravelmente. Isso resulta em: geração de volume de dados sem precedentes sobre a agricultura nacional, que poderão ser utilizados como insumos para políticas setoriais; redução progressiva no total da mão de obra empregada, com impactos consideráveis para o mercado de trabalho agrícola no país, além de crescente especialização necessária a essa mão de obra; necessidade de adequação regulatória em termos de políticas de privacidade de dados e segurança dos sistemas computacionais (públicos e privados) que gerenciam e armazenam dados sobre a agricultura brasileira. Nesse cenário, o potencial da agricultura 4.0 para uma transição de baixo-carbono tem sido debatido, podendo ser examinado através dos modelos de Transições para a Sustentabilidade (VIOLA e MENDES, 2022).
A ILSA NESTE CONTEXTO
A Ilsa é referência mundial em biotecnologia por transformar matérias-primas de origem renovável em produtos de alto desempenho para a agricultura. Utiliza métodos industriais modernos e sustentáveis, que são uma ótima solução para passivos ambientais de diversos setores industriais.
O resultado desses processos são adubos altamente eficientes, que ajudam a agricultura orgânica e especializada a aumentar a produtividade e qualidade das safras, de forma cada vez mais responsável e consciente.
As matrizes Azogel e Gelamin, granulada e líquida respectivamente, são ricas em nitrogênio orgânico e aminoácidos. As duas matrizes são obtidas por processos distintos de hidrolise. Além disso, possuem variadas formulações as quais atendem a demandas nutricionais de diferentes culturas. Esta combinação permite o desbloqueio do potencial do solo, pois a matriz orgânica irá interferir em parâmetros biológicos e físicos do solo, enquanto que a parte mineral do fertilizante irá atuar em parâmetros químicos, desta forma, a influência destes fertilizantes no solo se dá de forma mais abrangente considerando todos os parâmetros responsáveis pela qualidade e saúde do solo.
Os produtos da Ilsa atuam desde a manutenção da qualidade do solo até no metabolismo da planta, dessa forma corroborando com a eficiência do sistema de cultivo empregado em diferentes culturas e alinhando-se aos conceitos modernos como os da agricultura regenerativa
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Quando consideramos o avanço histórico no processo produtivo da agricultura e seus impactos no desenvolvimento das sociedades, percebe-se que o mesmo foi fundamental para ampliar o convívio dos seres humanos, favorecendo, com o passar do tempo, as trocas de conhecimentos e promovendo saltos tecnológicos que interferiram nas esferas econômicas, sociais e políticas (ANDERSOM et al., 2020).
No Brasil, apesar de apresentar nos séculos iniciais de sua existência, por parte de seus colonizadores, interesse em desenvolver uma agricultura mais voltada para a demanda externa, com a Revolução Verde, já no século XX, começou a explorar seu verdadeiro potencial produtivo (ANDERSOM et al., 2020).
Em vista disso, a agricultura acompanha a evolução tecnológica, o que tem levado a resultados cada vez mais satisfatórios em relação a obtenção de maiores produtividades sem aumento expressivo de novas áreas, reafirmando a eficiência da integração agricultura – tecnologia – agricultor.
Os fertilizantes orgânicos e organominerais serão determinantes nos novos avanços da agricultura:
Atuam em Cultivos sustentáveis: Eles têm sido fundamentais em sistemas agrícolas como a agroecologia e a produção orgânica, onde há maior preocupação com a saúde do solo e o impacto ambiental.
Recuperação de solos degradados: Sua aplicação é eficaz em áreas com baixa fertilidade, ajudando a restaurar solos empobrecidos.
Os fertilizantes organominerais representam uma inovação estratégica para o futuro da agricultura, especialmente diante dos desafios globais relacionados à segurança alimentar, sustentabilidade e mudanças climáticas. Integrando componentes orgânicos e minerais, eles podem desempenhar um papel essencial na transição para sistemas agrícolas mais resilientes e produtivos.
As matrizes orgânicas da ILSA representam uma alternativa inovadora e sustentável para o avanço agrícola. Esses fertilizantes transformam um subproduto industrial, que poderia ser descartado como lixo, em um insumo valioso para a agricultura, promovendo uma economia circular e reduzindo o impacto ambiental e transformando um passivo ambiental em fertilizantes de alto desempenho ricos em nutrientes, como nitrogênio e carbono orgânico, estimulando a atividade microbiana, promovendo um solo mais saudável e produtivo.
Referências
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Autores:
Eng. Agr. Dra. Angélica Schmitz Heinzen
Eng. Agr. Msc. Thiago Stella de Freitas
Eng. Agr. Tuíra Barcellos