Soybeans (Glycine max) é a leguminosa mais produzida no Brasil, sendo considerada uma das culturas agrícolas que mais cresceu nas últimas três décadas, com uma área de cultivo relevante correspondendo a mais de 50% de toda área cultivada com grãos no Brasil (ZAMBIAZZI et al., 2017) e, devido a sua rentabilidade e seu potencial econômico para a comercialização no mercado nacional e internacional, é uma cultura de grande importância econômica para o Brasil, sendo a commodity que mais se destaca em território brasileiro e uma das principais culturas do agronegócio (VINHAL-FREITAS et al., 2011; FRARE, 2020).
A tecnologia inserida nas novas cultivares tem um papel de destaque quando se fala de ganho de produtividade, mas os manejos adotados pelos produtores nas últimas décadas foram o maior diferencial para colocar o país no patamar de maior produtor (TAGLIEBER et al, 2022). Na cultura da soja, vários nutrientes são necessários para que se possa alcançar bons índices de produtividade, sendo os principais e com maior potencial de influenciar nos componentes de produção, o fósforo, nitrogênio, potássio, cálcio e magnésio (BORKERT, 2005). Segundo Coutinho et al. (2014), doses equilibradas de fertilizantes devem ser fornecidas a fim de suprir as exigências nutricionais de uma determinada cultura.
Dentre os nutrientes de maior importância para a planta da soja, o potássio ganha destaque por ser o segundo macronutriente mais extraído, perde apenas para o nitrogênio. O potássio é considerando como um dos mais importantes na busca por altos índices de produtividade em diversos cultivos agrícolas do Brasil (TAGLIEBER et al, 2022).
O potássio tem participação na ativação enzimática, é um regulador de abertura e fechamento estomático e atua no controle osmótico dos tecidos (MALAVOLTA, 2006). Mas além de tudo o que já foi citado, a adubação potássica em níveis corretos pode aumentar a nodulação e consequentemente o número de vagens e grãos por planta, aumenta o tamanho da semente e os níveis de óleo, além de exerce diversas funções fisiológicas nas plantas (PEREIRA et al., 2021).
Malavolta (2006) ressalta que é necessário fazer a aplicação de potássio de maneira inteligente, pois, como o cloreto de potássio apresenta elevado índice salino, pode vir a prejudicar ou atrasar a germinação e emergência das plantas, caso a dose de potássio seja muito alta próximo as raízes das plantas. Estudos realizados por Silva (2016) aponta para os cuidados em relação a aplicação excessiva de cloreto de potássio, uma vez que isso pode promover o acúmulo residual de K+, vindo a prejudicar as características do solo, e por consequência, o cultivo agrícola em questão.
O cloreto de potássio (KCl), principal fonte de potássio utilizada na agricultura brasileira (VILELA et al., 2004; LOPES, 2005), é um sal altamente solúvel em água (58% de solubilidade), podendo ser facilmente lixiviado (RESENDE et al., 2006). Porém, com o avanço na tecnologia de produção de fertilizantes, buscam-se processos para controlar a taxa de liberação dos nutrientes, promovendo menores perdas e melhor adaptação às condições tropicais (MARTINS et al., 2008). Entretanto, as pesquisas que objetivam aumentar a eficiência de utilização desse nutriente possuem como foco apenas o estudo de modos de aplicação, não avaliando diferentes fertilizantes ou tecnologias que modifique a solubilidade da fonte KCl (LEAL et al., 2015).
A adubação potássica pode ser realizada tanto no sulco de semeadura quanto a lanço (BORKERT et al., 2005), sendo a aplicação a lanço antes da semeadura recomendada preferencialmente em solos de textura argilosa, com teores médios e bons de K. Em relação à aplicação de K (na forma de KCl) no sulco de semeadura, devido ao alto índice salino, alguns cuidados são recomendados na utilização deste fertilizante (SILVA e LAZARINI,2014). Dentre eles, não aplicar doses superiores a 50 kg ha-1 of K2O no sulco de semeadura, visando reduzir os riscos do efeito salino sobre a germinação das sementes, principalmente em condições de estresse hídrico (OLIVEIRA et al., 2008).
Novas tecnologias buscam a liberação gradual ou controlada dos nutrientes, de forma que esses sejam disponibilizados de acordo com a marcha de absorção da cultura, amenizando as perdas por lixiviação, possibilitando em alguns casos reduzir as doses e principalmente aumentar a eficiência de utilização (LEAL et al., 2015). Estes produtos podem ser chamados de adubos de última geração e constituem uma das mais modernas técnicas de fertilização de terras (SOUZA, 2010). De acordo com Trenkel (2010), esses tipos de fertilizantes são classificados como fertilizantes de liberação lenta e controlada (slow- and controlled-release fertilizers) e fertilizantes estabilizados (stabilized fertilizers). Os fertilizantes de liberação lenta ou controlada são caracterizados pela liberação de nutrientes durante vários meses e os fertilizantes estabilizados são aqueles associados com inibidores de uréase e nitrificação no caso das fontes nitrogenadas (LEAL et al., 2015).
No solo, há diferentes fatores que afetam a disponibilidade de potássio, dentre eles, teor de argila, temperatura, a umidade do solo, além do pH do solo, onde afetam de forma positiva e negativamente os teores do nutriente no solo (PRADO, 2008). A cada safra, são desenvolvidas novas tecnologias buscando elevar a produção por área. Contudo, a adubação potássica tem grandes reflexos no desenvolvimento da cultura em decorrência da sua importância nos processos metabólicos da planta (FOLONI e ROSOLEM, 2008; FERREIRA et al., 2011).
O manejo inadequado dos nutrientes destaca-se como um dos principais fatores limitantes da produção (SEDIYAMA, 2016). Sendo o potássio (K) o segundo nutriente mais absorvido pelas plantas (VILELA et al., 2004). Ativando várias enzimas que atuam nos processos de fotossíntese e respiração. Em solos tropicais, os quais os teores de K+ são considerados baixos (< 1,5 mmolc dm-3) contudo, faz se necessária a complementação de fertilizantes a base de potássio (BENITES et al., 2010).
Cultivares de soja possuem alta taxa de consumo de K e também se manifestam eficientes no aproveitamento desse nutriente ao longo do perfil do solo, com maiores quantidades exportadas que nas outras culturas, com alcance de mais de 50% do total absorvido (OLIVEIRA JUNIOR et al., 2013). A deficiência de potássio, prejudica não só o funcionamento de várias enzimas como também, facilita a penetração dos fungos patogênicos nas plantas, provocando a diminuição na taxa fotossintética e, consequente redução na qualidade das sementes (SFREDO, 2008).
Indicações da Ilsa que contribuem com a cultura da soja
Na sua linha granulada a Ilsa conta com o Gradual Mix que possui formulações NPK para plantio e cobertura, além disso possui em sua formulação 16 aminoácidos essenciais para o desenvolvimento vegetal com solubilização de forma gradativa, sendo disponibilizado por mais tempo durante o ciclo da cultura. Contribui com maior absorção de potássio e outros cátions devido ao aumento de CTC na rizosfera, que por sua, vez diminuem as perdas de cátions por lixiviação e volatilização.
A fase de enchimento dos grãos é altamente exigente em termos de potássio, sendo um período em que a planta exige maiores quantidades desse nutriente. Assim, o manejo adequado do potássio durante essa fase crítica é fundamental para alcançar o máximo potencial produtivo da cultura, conferindo grãos mais pesados e uniformes, melhor enchimento e rendimento de grãos, mais qualidade e produtividade da cultura.
A Ilsa ainda apresenta alternativa para aplicação foliar de potássio, visando o posicionamento no período crítico para a cultura que é o Etixamin Kally um inovador fertilizante organomineral que contém nitrogênio, potássio, enxofre e é uma fonte natural de aminoácidos. Formulado em pó hidrossolúvel e a base de proteínas hidrolisadas enzimaticamente disponibiliza 100% de seus elementos nutritivos para as plantas e permitem uma rápida resposta das culturas, ajudando a equilibrar a nutrição nas fases mais críticas, sendo recomendada sua aplicação entre a fase R3 a R6 (Figura 1).
Figura 1. Aplicação foliar de potássio na cultura da soja. Fonte: ILSA Brasil
O potássio atua como ativador enzimático, participando de processos metabólicos essenciais durante o enchimento dos grãos. Ele contribui para a síntese de proteínas, amido e lipídios, componentes fundamentais dos grãos de soja.
References:
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Authors:
Agr Eng. Dr. Angélica Schmitz Heinzen
Agricultural Eng. Msc. Thiago Stella de Freitas
Agricultural Engineer Tuíra Barcellos