Manejo de fertilización vegetal
A produção brasileira de hortaliças é altamente diversificada e segmentada, com o volume de produção concentrado em seis espécies – batata, tomate, melancia, alface, cebola e cenoura, como citado no site da Embrapa. Existem vários mercados dentro da comercialização das hortaliças, desde os chamados orgânicos até pequenos produtores familiares. Independentemente da forma de produção, seja em pequenas ou grandes propriedades, o cultivo de hortaliças movimenta uma boa fatia de mercado e, por consequência, gera uma série de empregos. Por ser um grupo com espécies muito variadas, é preciso ficar atento às diferentes exigências nutricionais e preferências por tipo de manejo e solo. A resposta das plantas olerícolas à adubação é influenciada por uma série de fatores: espécie cultivada, clima, tipo de solo, fonte de nutrientes utilizada na adubação, entre outros, como citam Andrade et al., 2012. Entretanto, um elemento que não pode ser negligenciado, independentemente da cultura, é o nitrogênio, que é altamente requerido na maioria das espécies.
Importância do fornecimento adequado de nutrientes para o cultivo de hortaliças – Nitrogênio, potássio, fósforo e enxofre
O nitrogênio (N) é o macronutriente mais importante para as plantas. O que o distingue dos demais elementos é que pode ser absorvido tanto na forma de cátion (NH4+) como de ânion (NO3–). De acordo com Bredemeier & Mundstock (2000), em muitos sistemas de produção, a disponibilidade de nitrogênio é quase sempre um fator limitante, influenciando o crescimento da planta mais do que qualquer outro nutriente. O N tem como função básica o crescimento das plantas, é responsável pela cor verde escura das mesmas e, como promove o desenvolvimento do sistema radicular, melhora a absorção de outros nutrientes do solo. Por ser componente essencial de todas as proteínas, participando de todos os tecidos vegetais, o N caracteriza-se como indispensável em toda e qualquer fase da planta, seja ela vegetativa ou reprodutiva.
O potássio (K), por sua vez, é um importante macronutriente que está associado à translocação de açúcares e ácidos orgânicos na planta, o que o torna indispensável para a qualidade de frutos e grãos. Além disso, segundo o International Potash Institute (IPI) (2013), o K apresenta outras duas funções imprescindíveis aos vegetais: ativação enzimática, fundamental para processos metabólicos, especialmente a produção de proteínas e açúcares; e também é responsável por manter o conteúdo de água e com isso o turgor celular – papel biofísico. As células turgidas mantém o vigor das folhas de maneira que a fotossíntese proceda eficientemente. A relação entre a água e o conteúdo de nutrientes celulares controla o movimento de ambos na planta assim como o transporte de açúcares produzidos pela fotossíntese para órgãos de armazenamento, como nos grãos, tubérculos, raízes de beterraba e frutas, como já citado.
Já o fósforo (P), como explicam Grant et al. (2001), é crucial no metabolismo das plantas, desempenhando papel importante na transferência de energia da célula, na respiração e na fotossíntese, além de ser componente estrutural dos ácidos nucleicos de genes e cromossomos, assim como de muitas coenzimas, fosfoproteínas e fosfolipídios. Ainda de acordo com estes autores, as limitações na disponibilidade de P no início do ciclo vegetativo podem resultar em restrições no desenvolvimento, das quais a planta não se recupera posteriormente, mesmo aumentando o suprimento de P a níveis adequados. O suprimento adequado de P é essencial desde os estádios iniciais de crescimento da planta. O P é absorvido nas formas inorgânicas H2POLVO4– e HPO42- e, para se tornar disponível às plantas, é necessário passar pela ação de microrganismos do solo.
Além do N, do P e do K, outro macronutriente essencial é o enxofre (S), cuja função se assemelha a do nitrogênio, entretanto, estando presente em menores quantidades nas plantas, variando de 3 a 5 % da massa seca. O S é absorvido principalmente na forma do ânion sulfato (SO42-), podendo também ser absorvido pelas folhas na forma de gás dióxido de enxofre (SO2). Na planta o S encontra-se, em sua maior parte, nas proteínas (Rocha et al., 2015), participando ativamente da síntese dos aminoácidos cisteína, cistina e metionina. E, devido à presença destes aminoácidos, o S atua indiretamente nos mecanismos de resistência da planta, seja para estresse biótico como para abiótico. Além disto, o S está intimamente ligado ao metabolismo de nitrogênio, convertendo-o de N não proteico em N proteico, estando também associado à formação e ao desenvolvimento de nódulos e no processo de fixação de nitrogênio atmosférico (N2). As plantas da família das aliáceas (Allioideae) são extremamente exigentes em S e, no caso da cebola, é o terceiro ou quarto em ordem decrescente de acúmulo, sendo o elemento responsável pela pungência destes bulbos.
Adubação de hortaliças com ILSA Brasil
A ILSA está presente no mercado há mais de 65 anos, e é referência mundial em biotecnologia por transformar matérias-primas de origem renovável em produtos de alto desempenho para a agricultura. Utilizamos métodos industriais modernos e sustentáveis, que são uma ótima solução para passivos ambientais de diversos setores industriais. O resultado desses processos é a obtenção de fertilizantes altamente eficientes, que ajudam a agricultura orgânica e especializada a aumentar a produtividade e qualidade das safras, de forma cada vez mais responsável e consciente. Para obtenção destes fertilizantes, a ILSA Brasil conta com duas matrizes: o AZOZEL® e o GELAMIN®, que serão explicadas a seguir.
O AZOGEL®, é a base orgânica de onde derivam todos os produtos orgânicos e organominerais sólidos da ILSA, sendo o grande responsável pela qualidade agronômica comprovada dos produtos. Graças ao processo industrial de hidrólise térmica (FCH®), o AZOGEL® é um produto único e de alta homogeneidade, sem variações na matéria-prima e nas garantias, com elevada CTC. Apresenta também alto teor de carbono e nitrogênio orgânicos, onde a relação C/N permite que seja fonte de alimento para os microrganismos sem ocasionar a imobilização de N, pois, mesmo sendo gradual, a liberação de N para o sistema ocorre de maneira mais rápida que as demais fontes de matéria orgânica e/ou N orgânico, tornando-o um produto de alta afinidade biológica. Através dessa matriz, são produzidos os fertilizantes Gradual MIX®, AZOSLOW®, N-Time+® e o S-Time®, todos recomendados para o cultivo de hortaliças, abrangendo todos os estágios de desenvolvimento da planta.
A linha de fertilizantes Gradual MIX®, disponível em formulações para adubação de plantio e para adubação de cobertura, tem como principal característica o fornecimento gradual de N, permitindo que este nutriente permaneça assimilável por mais tempo, o que permite o desenvolvimento equilibrado do vegetal, além de fornecer simultaneamente cálcio e magnésio. Além disto, reduz a perda de nutrientes, devido à ação protetora da matéria orgânica de alta CTC. Além dos nutrientes, o Gradual MIX® também fornece aminoácidos às plantas, um diferencial em relação aos fertilizantes similares. Embora as plantas sejam capazes de sintetizar os aminoácidos, a suplementação exógena em áreas agrícolas é considerada uma estratégia inteligente. De acordo com Castro e Carvalho (2014), os aminoácidos podem ser enquadrados no grupo de antiestressantes, compostos capazes de agir em processos morfofisiológicos do vegetal como precursores de um hormônio endógeno ou de enzimas e da disponibilização de compostos formadores de promotores de crescimento, promovendo a resistência a estresses bióticos e/ou abióticos.
O AZOSLOW® é um fertilizante organomineral peletizado, caracterizado por conter N oriundo do AZOGEL® em associação com N solúvel proveniente de ureia, disponível em duas formulações: AZOSLOW® 22 (22 % de N) e AZOSLOW® 29 (29 % de N). Estes fertilizantes são caracterizados pela liberação gradual do nitrogênio – promovendo uma distribuição uniforme e torna o N assimilável por mais tempo, reduzindo perdas por lixiviação. Estes produtos podem ser utilizados em cobertura e possuem, como principal vantagem, maior aproveitamento de N em comparação à utilização de ureia – que apresenta perdas por volatilização. Também apresenta C orgânico em sua composição (25 %), elemento componente de diversos compostos orgânicos, como carboidratos, lipídios, material genético, proteínas, entre outros. O C é também um dos principais compostos presentes na matéria orgânica do solo (MOS), e sua quantidade irá depender, principalmente, da ação de microrganismos decompositores presentes na biota do solo. Por este motivo, o uso do AZOSLOW® promove a atividade biológica do solo, tão importante para a agricultura de modo geral.
Em cultivo de hortaliças, o uso de esterco animal é muito comum. Porém, esta prática pode trazer alguns riscos à sanidade da horta, uma vez que este material pode vir contaminado com potenciais patógenos, pragas e sementes indesejadas. Em substituição ao esterco animal, a ILSA Brasil dispõe do fertilizante N-Time+®, que pode ser aplicado em conjunto com a adubação de plantio (linha Gradual MIX®), sendo incorporado ao solo. Este fertilizante apresenta alta eficiência e disponibiliza N durante todo o ciclo produtivo, devido à liberação contínua deste elemento. Por ser um produto altamente homogêneo, apresenta facilidade de aplicação, principalmente em comparação ao esterco, além de reduzir gastos com aplicação. O N-Time+®, além de todas as outras vantagens, também promove o aumento da atividade biológica no solo, por ter alta afinidade com os microrganismos essenciais às plantas.
O S-Time® é um também um fertilizante organomineral peletizado de alta eficiência, que possui em sua composição C orgânico, N orgânico e S elementar, além de apresentar baixa relação C/N e alta CTC, disponibilizando, simultaneamente, aminoácidos oriundos da matriz AZOGEL®. Este fertilizante pode ser utilizado junto com a adubação de plantio, em áreas onde há déficit de S, substituindo o N-Time+®. Devido a sua forma química, o S tende a descer no perfil do solo, acumulando-se nas camadas inferiores, o que pode gerar uma deficiência acentuada no ciclo das culturas. Devido ao fato de apresentar liberação gradual de N e S, o S-Time® permite que estes nutrientes estejam disponíveis ao longo de todo o ciclo produtivo, visando também a sucessão de culturas (inverno/verão), proporcionando maiores produtividades. O enxofre possui comportamento muito parecido ao do N no solo – uma vez que se apresenta de várias formas. Porém, para ser absorvido pelas plantas precisa ser transformado em sulfato através da ação dos microrganismos do solo. Por apresentar alta concentração de carbono orgânico, o S-Time® contribui e potencializa a atividade desses microrganismos, evitando perdas por lixiviação destes nutrientes. Já antes referido, o S está diretamente associado à síntese de proteínas e aminoácidos essenciais, que funcionam como indutores de resistência ao ataque de doenças e pragas, além de possuir efeito desalojante de insetos, tornando os vegetais mais tolerantes a estresses por fatores bióticos.
Já a matriz GELAMIN® é fabricada pela ILSA Brasil, e comercializada em todos os continentes do mundo, com uso nos mais diversos cultivos. Trata-se de uma matriz orgânica produzida através do colágeno, rica em carbono e nitrogênio orgânicos – onde 56 % desse N encontra-se na forma proteica de aminoácidos. O produto é obtido através de um processo industrial inovador e sustentável denominado Fully Controlled Enzymatic Hydrolysis (FCHE®). A partir desta matriz são obtidos os fertilizantes líquidos e hidrossolúveis da ILSA Brasil, pertencentes às linhas ILSA TOP e ILSA TEC, que podem ser utilizados tanto em aplicação foliar como em fertirrigação. Desta matriz derivam os fertilizantes de alta eficiência Etixamin KALLY® e Ilsamin CaMg®.
O Etixamin KALLY® é um fertilizante organomineral – formulado em pó solúvel, exclusivo da ILSA Brasil, que fornece carbono (10 %) e nitrogênio (3,5 %) orgânicos, potássio (na forma de K2O – 37 %) e enxofre (12 %) em associação aos aminoácidos presentes na matriz orgânica, para utilização via foliar como complementação da adubação via solo. Como já discutido, a presença do K estimula a fotossíntese e outros processos metabólicos, como o transporte de açúcares pela planta, o que promove e acelera o crescimento equilibrado das culturas. Além disso, por estar diretamente associado à regulação hídrica do vegetal, a presença deste nutriente em quantidades adequadas promove a resistência e/ou tolerância aos mais diversos tipos de estresse – em especial o hídrico, fazendo com que a planta se mantenha equilibrada em épocas de seca, não comprometendo a produtividade. A absorção deste fertilizante, por ser via foliar, ocorre de forma rápida, evitando possíveis deficiências, o que potencializa enchimento de frutos, tubérculos e grãos – uma vez que, como antes mencionado, o K está diretamente relacionado aos processos de translocação de açúcares na planta.
A ILSA Brasil também dispõe do fertilizante Ilsamin CaMg®, utilizado para aplicação foliar – geralmente em fim de ciclo, como complemento à adubação via solo. A utilização deste fertilizante evita e/ou resolve problemas de carências específicas de cálcio (Ca) e magnésio (Mg), sendo recomendado também para as fases mais críticas. O Ca é um dos componentes de parede celular, atuando ativamente na estrutura da planta e, por este motivo, o fornecimento adequado deste elemento, além de aumentar a resistência a estresses, também tende a aumentar a vida de prateleira das hortaliças – especialmente das foliosas. O Ca está associado também à formação do tubo polínico e à germinação do grão de pólen, processos indispensáveis para a formação de frutos de qualidade. O Mg, por sua vez, é componente essencial das moléculas de clorofila, estando diretamente associado ao processo fotossintético da planta. Além disto, o magnésio também atua na síntese proteica e na translocação de fotoassimilados via floema, o que gera incremento na concentração de açúcares em frutos, tubérculos e bulbos.
Todos os fertilizantes produzidos pela ILSA Brasil possuem baixo impacto ambiental, em todos os seus processos produtivos, contribuindo para um sistema produtivo sustentável e apoiando o meio ambiente, além do incremento gerado na produtividade. É importante mencionar que a adubação a ser realizada deve ser racional, o que pressupõe a utilização adequada dos fertilizantes, evitando aplicações insuficientes ou excessivas, de modo a fornecer às plantas os nutrientes que efetivamente são necessários, nas quantidades e épocas adequadas, preservando simultaneamente o ambiente. Para tal, é necessário não só conhecer o estado de fertilidade do solo, mas também saber se os nutrientes ali existentes estão sendo efetivamente aproveitados pela cultura. Portanto, as doses a serem utilizadas não estão descritas no texto pois devem ser baseadas em análise de solo e por recomendação de um engenheiro agrônomo.
Referencias bibliográficas
ANDRADE, E.M.G.; SILVA, H.S.; SILVA, N.S.; SOUSA JR., J.R.; FURTADO, G.V. Adubação organomineral em hortaliças folhosas, frutos e raízes. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, v. 7, n. 3, 2012.
BREDEMEIER, C.; MUNDSTOCK, C.M. Regulação da absorção e assimilação do nitrogênio nas plantas. Ciencias rurales, Santa Maria, v. 30, p. 365-372, 2000.
CASTRO, P.R.C.; CARVALHO, M.E.A. Aminoácidos e suas aplicações na agricultura. Série Produtor Rural, Piracicaba, n. 57, 2014. 58 p.
INTERNATIONAL POTASH INSTITUTE (IPI). Potássio, o Elemento da Qualidade na Produção Agrícola. 2013. 38 p.
ROCHA, J.H.T.; GOLÇALVES, J.L.M.; GODINHO, T.O.; SOUZA FILHO, L.F.S. Nutrição e fertilização com enxofre e uso de gesso em plantações de eucalipto. Circular Técnica IPEF, n. 208, p. 1-14, 2015.
Autores
- Ing. Agr. Maestría en Ciencias. Aline Tramontini dos Santos
- Ing. Agr. Maestría en Ciencias. Carolina Custodio Pinto
- Ing. Agr. Maestría en Ciencias. Thiago Stella de Freitas