Os frutos de caroço compreendem as espécies de pêssego, ameixa, nectarina, cereja e damasco, pertencentes ao grupo das drupáceas. São plantas que se adaptam muito bem em áreas de invernos frios e verões quentes e secos, preferindo solos profundos e bem drenados, ricos em matéria orgânica e com pH neutro ligeiramente ácido. Em relação à nutrição, as drupáceas são extremamente exigentes em nitrogênio e potássio, mas respondem muito bem à aplicação de micronutrientes. Os micronutrientes são, em suma, minerais que as plantas precisam em quantidades menores quando comparados aos macronutrientes, mas isso não significa menor importância. Nas culturas de forma geral, entre os micronutrientes, a deficiência de B é a que ocorre em maior frequência (Gupta, 1979; Blevins & Lukaszewski, 1998) e, desta forma, a sua falta pode implicar em problemas graves aos pomares.
Como o boro atua nas plantas?
O boro (B) é considerado um micronutriente essencial ao bom desenvolvimento dos vegetais de modo geral. No solo, o B é encontrado, de acordo com Shorrocks (1997), em cinco formas: minerais primários como turmalina e micas ricas em B; minerais secundários, principalmente dentro da estrutura das argilas; adsorvido às argilas, na superfície de hidróxidos e na matéria orgânica; em solução como ácido bórico (H3B.O.3) e como borato (ou bórax, de fórmula química Na2B4EL7); bem como na matéria orgânica e biomassa microbiana. A absorção de B pelas raízes ocorre, principalmente, na forma de ácido bórico – forma mais solúvel, e é influenciada por diversos fatores ambientais, tais como pH, textura do solo, umidade, temperatura, matéria orgânica, intensidade de luz e mineralogia da argila (Hu & Brown, 1997). Uma vez absorvido pelas raízes, o boro é transportado para toda a planta através, predominantemente, dos vasos de xilema, em função do fluxo transpiratório do vegetal.
O B está diretamente envolvido no processo de desenvolvimento e elongação celular e na integridade estrutural da parede celular sendo, muitas vezes, associado a pectinas, como sugerem Hu et al. (1997). Outra função importante do boro é a manutenção da integridade de membranas plasmáticas e sua capacidade de ligação às glicoproteínas e glicolipídios – importantes formadores de membranas. Além disso, Power e Woods (1997) citam que o transporte de alguns nutrientes através da membrana, principalmente potássio e fósforo, é inibido na ausência de B. Ainda, o B também está relacionado com transporte de açúcares, lignificação, metabolismo de carboidratos, metabolismo de RNA, respiração, metabolismo de ácido indol-acético (AIA) e metabolismo de fenol de ascorbato (Cakmak & Römheld, 1997).
Além disto, o boro participa ainda de outros dois processos importantíssimos: a germinação do grão de pólen e a formação e crescimento do tubo polínico. Malavolta (2006) ainda afirma que o B incrementa o pegamento de flores em várias culturas e assegura menor esterilidade masculina. Também apresenta efeito positivo no crescimento radicular, devido à participação em processos de divisão e expansão celular.
Sintomas de deficiência de boro nos frutos de caroço
O boro é um dos micronutrientes que mais limita o rendimento das culturas no Brasil, principalmente nas culturas cultivadas em solos de textura arenosa, onde o micronutriente, que tem alta mobilidade no solo, pode ser lixiviado no perfil (Blevins & Lukaszenwski, 1998). De acordo com o Goldberg (1997), os principais fatores que determinam a disponibilidade de boro às plantas são: 1. a textura do solo, quanto mais arenoso o solo, menor é a disponibilidade do nutriente; 2. a umidade do solo sendo que, geralmente, a disponibilidade de B diminui com a redução da umidade do solo; 3. a temperatura, que quando aumenta causa maior adsorção de B, entretanto, isso pode ser devido à interação entre o efeito da temperatura com a umidade do solo; 4. a matéria orgânica onde, quanto maior a quantidade de matéria orgânica, maior é a disponibilidade de B para as plantas.
A absorção do B é feita por difusão e fluxo de massa, ou seja, a carência de água pode limitar seu contato com a superfície radicular e consequentemente reduzir a absorção. Quanto ao sistema radicular, a deficiência deste nutriente inibe o pleno desenvolvimento – sendo um dos sintomas mais evidentes, dificultando a capacidade da planta em penetrar camadas mais profundas em busca de água e nutrientes (Shelp, 1993; Trautmann, 2014), além da inibição ou paralisação da elongação das raízes primárias e secundárias, que se tornam curtas e ramificadas (Marschner, 1986). Nas folhas, por se tratar de um elemento com baixa mobilidade, sua deficiência é observada primeiro em ramos novos e em meristemas apicais da planta, comprometendo todo o desenvolvimento do pomar a longo prazo.
No que se refere à época de floração, como já mencionado, o B participa ativamente da formação do tubo polínico e germinação, bem como do pegamento das flores. A floração dos frutos de caroço ocorre, geralmente, em períodos de alta umidade e baixa temperatura, fatores que podem ocasionar a queda prematura de flores. Na deficiência de B, esta queda é ainda mais evidente, o que pode ocasionar a deterioração da flor antes mesmo da fertilização. Uma vez que o boro faz parte do processo de transporte de alguns nutrientes e de açúcares, a sua deficiência pode ocasionar redução na consistência de polpa dos frutos, comprometendo o transporte e o posterior armazenamento pós-colheita, como citam Roveda et al. (2006).
ILSAMIN Boro® – Tecnologia exclusiva ILSA Brasil
A deficiência de boro causa transformações bioquímicas, fisiológicas e anatômicas, algumas delas representando efeitos secundários (Souza, 2011). Por causa da rapidez e grande variedade de sintomas que se sucedem após a supressão do boro na cultura, o fornecimento adequado deste micronutriente é imprescindível. A ILSA Brasil possui o fertilizante organomineral líquido ILSAMIN Boro®, para aplicação via foliar, produzido à base de proteínas hidrolisadas através de enzimas (GELAMIN®), que representam uma fonte natural de aminoácidos de rápida absorção, deixando seus elementos nutritivos disponíveis para as plantas e equilibrando a nutrição nas fases mais críticas. De acordo com Volkweiss (1991), a aplicação foliar possibilita a correção de deficiências em curto prazo, especialmente na fase de floração, com respostas mais rápidas e apresentando inúmeras vantagens, como distribuição mais uniforme por unidade de área, diminuição da dose e maior facilidade de aplicação.
O ILSAMIN Boro® possui 15 % de carbono total, 4 % de nitrogênio solúvel em água e 5 % de boro solúvel em água, além de fornecer aminoácidos essenciais às plantas. Devido à sua formulação, a utilização deste fertilizante estimula o crescimento dos tecidos, especialmente dos meristemas apicais – uma vez que o B está diretamente associado ao processo de crescimento e elongação celular. Além disto, por participar ativamente da floração, melhorando o desenvolvimento do tubo polínico e auxiliando no pegamento das flores, o ILSAMIN Boro® estimula e promove a saúde das flores, contribuindo para a formação de frutos com excelente qualidade – já que o boro também age no transporte de carboidratos e nutrientes, gerando incremento na produtividade.
Assim como todos os fertilizantes da ILSA Brasil, o ILSAMIN Boro® possui baixo impacto ambiental, em todos os seus processos produtivos, contribuindo para um sistema produtivo sustentável e apoiando o meio ambiente.
Referencias bibliográficas
BLEVINS, D.G.; LUKASZEWSKI, K.M. Boron plant structure and function. Annual Review of Plant Physiology and Plant Molecular Biology, Palo Alto, v.49, p.481-500, 1998.
CAKMAK, I.; RÖMHELD, V. Boron deficiency-induced impairments of celular functions in plants. Plant and Soil, Dordrecht, v.193, n.1-2, p.71-83,1997.
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GUPTA, U.C. Boron nutrition of crops. Advances in Agronomy, San Diego, v.31, p.273- 307, 1979.
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HU, H.; PENN, S. G.; LEBRILLA, C. B.; BROWN, P. H. Isolation and characterization of soluble boron complexes in higher plants: the mechanism of phloem mobility of boron. Plant Physiology, Rockville, v.113, n.2, p.649-655, 1997.
MALAVOLTA, E. Manual de nutrição mineral de plantas. São Paulo: Agronômica Ceres, 2006, 638 p.
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TRAUTMANN, R. R. et al. Potencial de água do solo e adubação com boro no crescimento e absorção do nutriente pela cultura da soja. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 38, n. 1, p. 240–251, 2014.
VOLKWEISS, S.J. Fontes e métodos de aplicação. In: Simpósio sobre micronutrientes na agricultura, Jaboticabal. Anais, Potafós/CNPq. p.391-412, 1991.
Autores
- Ing. Agr. Maestría en Ciencias. Aline Tramontini dos Santos
- Ing. Agr. Maestría en Ciencias. Carolina Custodio Pinto
- Ing. Agr. Maestría en Ciencias. Thiago Stella de Freitas